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Ruben Penz

Santa Sede poderia ser só uma desculpa.


Como você escreve, falando do seu processo de criação;

Desde meu passado de redator publicitário fui acostumado a escrever sob demanda. Ou seja, nada de passividade na relação com as musas – como diz Luis Fernando Verissimo, aos cronistas, a musa é o prazo. Por isso, não há momento em minha vida no qual esteja desatento ou sem inspiração. Prefiro escrever pela manhã, com a casa em silêncio. É quando entro em outro tempo, perco-me das horas, dou espaço para fluir os harmônicos nascidos na colisão das ideias.

Que obras literárias influenciaram sua carreira, sua vida;

Em “Cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino, comecei a descobrir os encantos do subtexto e da ausência de limite para a imaginação. Mas antes, bem antes, com “O Analista de Bagé”, do já citado Verissimo, e depois, bem depois, com “O amor acaba”, de Paulo Mendes Campos, busquei a temperança para dar voz ao cronista que sou.

Só uma sugestão que você daria aos escritores iniciantes.

Nunca, jamais, em nenhuma hipótese considere o que foi escrito como pronto antes de uma, duas, dez releituras (eu mesmo fiz isso para essas breves respostas). De volta ao texto, preste atenção em todos os ciscos que possam ser suprimidos, em repetições acidentais, na clareza e, claro, na musicalidade que deve existir em cada frase. Contar a história é importante do ponto final para trás. Encantar o leitor é ainda melhor do ponto final para frente, quando a sedução fará com que ele deseje mais.

Crédito da foto: Tom Saldanha, arquivo pessoal

Rubem Penz escritor, músico e publicitário rubempenz.net oficinasantasede.com.br


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